Algumas empresas encontraram uma forma de aproveitar idosos em suas atividades, qual seja a contratação de auxiliares de escritório idosos.
Isso faz com que a empresa, de um lado, possa empregar idosos, o que dificilmente ocorre, e, de outro, possa ser beneficiada com as prerrogativas que estes possuem quanto à preferência de atendimento nas instituições públicas e privadas.
É notório o fato de que muitas empresas “sugam o sangue” de seus empregados durante o auge de suas capacidades laborais. Esses mesmos empregados, após terem trabalhado toda uma vida na empresa, são descartados sem um mínimo de compaixão ou dignidade.
O Estatuto do Idoso cuidou também de proteger o idoso no seu trabalho, proibindo demissões em decorrência da idade, e garantindo a reintegração no emprego daqueles porventura discriminados.
Tal direito, infelizmente, não vem trazendo os benefícios esperados, na medida em que as demissões persistem.
Bem por isso, não vemos a admissão de auxiliares de escritório idosos como ruim para a sociedade, desde que respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas. Ainda que a empresa diretamente esteja cuidando de seus interesses patrimoniais, indiretamente estará empregando idosos em funções hábeis a lhes emprestar nova utilidade social, sem afetar-lhes a dignidade.
Certamente dirão alguns que se trata de um sub-emprego. Na verdade não deixam de ter certa razão, posto que seria melhor que os idosos fossem mantidos nos seus empregos originais ou que conseguissem viver, com dignidade, de suas aposentadorias.
Entretanto, diante de um sub-tratamento conferido aos idosos pelo nosso país, estes têm necessidade de, ao menos, um sub-emprego para complementar suas sub-aposentadorias.
O trabalho, qualquer que seja, mantém o idoso socialmente útil e faz com que seja mantida incólume sua integridade psíquica.
Os únicos problemas decorrentes dessa nova prática vão atingir os demais consumidores do banco, especialmente os idosos. Isso porque auxiliares de escritório costumam ir aos bancos com diversas contas para pagar, o que acaba tomando tempo dos caixas, em prejuízo de todos os demais consumidores.
No caso dos idosos, possuindo eles fila especial, o atendimento do idoso auxiliar de escritório representará significativa demora no atendimento dos demais.
Caberá aos bancos resolver a questão frente aos demais consumidores.
A nosso ver, a contratação de idosos auxiliares de escritório acaba beneficiando a sociedade. Ainda que não seja o ideal, trata-se de um bom começo, representado no reaproveitamento dos idosos pelo mercado de trabalho.
São conhecidos inúmeros casos de auxiliares de escritório que chegaram a diretores das empresas em que trabalhavam. Quem sabe essa também não seja uma oportunidade para os idosos reiniciarem profícuas carreiras, em outras empresas ou mesmo em outras áreas de atuação.
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