Estamos no segundo turno das eleições para a 3a. maior cidade do mundo. Sim, São Paulo está sendo disputada e de uma das formas mais estúpidas que eu já vi em toda a minha curta vida de eleitor. É tanta ignorância, arrogância e baixaria que a única dúvida que realmente fica em minha mente na hora de escolher um candidato não é qual o melhor, mas sim, qual o menos pior.
Todas as técnicas de marketing político estão sendo utilizadas nesta campanha para vender a imagem do candidato como se vende a imagem de um sabão em pó ou uma cerveja, pelo menos os marketeiros são os mesmos. Todos os candidatos aparecem sorridentes, abraçando velhinhos e beijando crianças catarrentas (eca!). Já dizia o Dr. Enéas “Estão rindo do que? Estão rindo de quem? É da desgraça do povo!”. Eles deixam transparecer a imagem de algo surreal, uma realidade virtual. Quando assisto a propaganda eleitoral, me sinto um acéfalo, será que eles não sabem que eu penso?
Daí eu ouço o Serra dizendo que o Governador será um grande aliado para São Paulo se ele for eleito, e em contrapartida, vejo a Marta dizendo o mesmo sobre o Presidente. E eu, na minha ignorância só consigo chegar à duas conclusões sobre este assunto: O Presidente e o Governador devem apoiar um candidato ou a cidade? E a segunda conclusão é de que indiferente de quem eu agraciar com o meu voto, eu estarei sendo prejudicado, logo, devo escolher aquele que irá prejudicar menos. Alguém tem uma bola de cristal para emprestar aí?
Todos tacaram pedras em Paulo Maluf, mas os 12% de eleitores malufistas são disputados a tapas. Moral, ética e respeito com o eleitor? Pra que? É só dar uma cesta-básica ou uma bola pra criançada e tudo certo. Depois é só subir num palanque, dar as mãos e gritar bem alto “Rumo à Vitória!” com uns 20 desocupados aplaudindo atrás e dando gritos de "Bravo!" e puxando as palmas. Para quen não sabe, estes irão ganhar muito mais do que eu e você, e eles só aplaudem. Será que não tem uma vaguinha prá mim não? Também quero mamar!
Será que esta situação vai mudar? Será que teremos na política alguém que realmente esteja interessado em resolver os problemas da cidade e não os interesses particulares? Será que algum dia isso realmente vai acontecer? Se não tiver bola de cristal, pode ser borra de café na xícara...
Ética, compromisso, moral e capacidade de gestão. Um sonho utópico, porém um desejo uníssono da nação, será que alguém está disposto a atender este pedido? Que silêncio...
Deprimente.
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