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1º de maio: Dia do (sem) Trabalho

Por: Marco Garcia

Dia 1º de maio, Dia Mundial do Trabalho. Dia  em que um povo sofrido, em um país de terceiro mundo que se preze, deveria sair às ruas para protestar contra a falta dele [ Tão prometido pelo governo vigente em sua campanha ], ou à baixíssima remuneração desprezada ao mesmo. Deveria, mas não o faz. O que torna-se lamentável.

Domingo chuvoso, as centrais de trabalhadores - a exemplo do que ocorre ano após ano - montaram seus palcos em locais estratégicos, convidaram os atores e convocaram a "massa" para a festa. Esta, inexplicavelmente, deixa os rincões da cidade - a maioria sem uma única fatia de pão no "desacostumado" estômago - e parte para a sessão matinê do epílogo da parte 1 do capítulo 2 do espetáculo: " Nós, aqui, demagogos; vocês, aí, crédulos e batendo palmas".

Que fenômeno anual é esse, que faz um milhão de pessoas se deslocarem de suas casas, pegarem ônibus e lotações sem um mínimo de condições e desembarcar em um local, no qual, passarão mais de doze horas, em pé, com chuva sobre as cabeças e, ainda, demonstrarem contentamento? E o que é pior, o povo, principalmente o brasileiro, parece que gosta de ser fadado ao sofrimento. Porque todo 1º de maio a cena se repete. Banalizaram a dignidade. E dá-lhe retórica demagógica no subconsciente. E dá-lhe, também, aceitação pública da prática.

Há muito tempo, entidades como a CUT - Central Única dos Trabalhadores e a Força Sindical, auto intitulam-se como defensoras dos trabalhadores e do trabalho digno, em si. Até aí, tudo bem. Para campanhas propagandísticas, uma ótima sacada. Só que, no momento em que elas armam seus palcos e preparam seus espetáculos, nos quais, os protagonistas serão os mesmos contra quem elas juram lutar a ferro e sangue, em favor do povo, onde fica situada a credibilidade desse "circo"? Ou, onde fica a credibilidade nesse mar de hipocrisia?

E o povo todo ano faz papel de "robôs" de filmes de ficção científica. Através de sinais ultrasonoros é teleguiado para esses tipos de manifestações e, quando está lá, em pé, após doze horas, diz: "Sim mestre". Cego, ele aceita infantilmente a leviandade daqueles que julgam-se seus defensores, mas que, na prática, somente o procuram a fim de ter legitimado o seu poder e, por consequência, confirmar a desigualdade que é imperativa neste país. O mundo gira e o Brasil, indecentemente, não caminha. Nem para o lado, nem para frente. O seu destino é para trás.

Enquanto o braço político brasileiro tem por tradição se entupir de regalias, salários estratosféricos, verbas de gabinetes que crescem a cada ano, bons empregos destinados aos parentes garantidos na fonte e altos níveis de moradias, o braço público sofre e vive, há séculos, em condições subumanas. Falta comida, falta moradia decente, falta emprego digno e falta perspectiva de futuro. E mesmo assim esse braço "canhoto", persuadido pelo poder vigente, parte entusiasmado a um lugar onde os "cardeais" políticos da nação vão controlá-lo com discursos inflamados pela demagogia e hipocrisia como se ele fosse boneco de ventríloquo.

Talvez eu não verei. Sinto que passarei por esta vida e não visualizarei um Brasil ideal e justo. Mas, quem sabe, meus netos ou tataranetos, vivam e possam contemplar um país que dê exemplos. Um mundo que tenha erradicado, por meio de seu povo, tudo o quanto o fez sofrer ao longo dos séculos. Um mundo em que cada cidadão acorde pela manhã, se arrume para mais um dia alegre de trabalho. Alegre porque ele saberá que sua família terá, ao longo do dia, três refeições decentes, seus filhos irão à escola pública com boas condições de ensino e, no fim do mês, o seu salário comprará alimento, veste e, ainda, sobrará para o indispensável lazer.

Que pena que tudo isso seja apenas fagulhas dos meus sonhos. Tudo são hipóteses. Porque o futuro a Deus pertence. É como disse, sabiamente, o poeta nos versos desta canção: " Como será o amanhã? Responda quem souber..."

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