artigos acontece nossa arte humor dialeto o comédia & o truta histórias para refletir
Quinta - 25 de Abril de 2024
COLUNISTAS 
@ SANDRA LOURENÇO
@RR RODRIGUES
Ademiro Alves (Sacolinha)
Alberto Lopes Mendes Rollo
Alessandro da Silva Freitas
Alessandro Thiago da Silva Luz
Alexandre M. O. Valentim
Ana Carolina Marques
Antony Chrystian dos Santos
Carla Leite
César Vieira
Cíntia Gomes de Almeida
Claudia Tavares
EDSON TALARICO
Eduardo Souza
Elias Lubaque
FAEL MIRO
Fernando Alex
Fernando Carvalho
Fernando Chaves dos Santos
Flávio Rodrigues
Gisele Alexandre
Henrique Montserrat Fernandez
Ivan de Carvalho Junqueira
Jack Arruda Bezerra
Jean Jacques dos Santos
João Batista Soares de Carvalho
João Henrique Valerio
JOEL BATISTA
Jonas de Oliveira
Jose de sousa
Júnior Barreto
Karina dos santos
Karina dos Santos
Leandro Carvalho
Leandro Ricardo de Vasconcelos
Leonardo Lopes
Luiz Antonio Ignacio
Marcelo Albert de Souza
Marco Garcia
Marcos Lopes
Maria de Moraes Barros
massilon cruz santos
Natália Oliveira
Nathalia Moura da Silva (POIA)
NAZARIO CARLOS DE SOUZA
NEY WILSON FERNANDES SANTANNA
Rafael Andrade
Rafael Valério ( R.m.a Shock )
Regina Alves Ribeiro
Rhudson F. Santos
Ricardo Alexandre Ferreira
Rodrigo Silva
Silvio Gomes Batisa
Sônia Carvalho
Teatro nos Parques
Thiago Ferreira Bueno
Tiago Aparecido da Silva
washington
Wesley Souza
Weslley da Silva Gabanella
Wilson Inacio

APOIADORES 


Todo o conteúdo do portal www.capao.com.br é alimentado por moradores e internautas. As opiniões expressas são de inteira responsabilidade dos autores.


Repercussão de uma escrita

Por: Ademiro Alves (Sacolinha)

Passava da meia-noite do dia 23 de setembro, quando o jovem Gregório vinha cansado do serviço, pedalando em sua bicicleta e com uma mochila pesada dependurada nas costas. - Fica quietinho aí e levanta as mãos. Está vindo da onde? - Do serviço. - O que tem na mochila? - Cultura. - Que foi maluco, está me achando com cara de trouxa, abre logo essa porra. Gregório abriu a mochila e retirou uma marmita vazia, uma toalha de rosto e alguns livros, entre eles havia um sobre o Código Civil, O policial Militar riu exageradamente: - Está pensando que vai me enganar. Um preto de calça frouxa com uns livros na mochila á essa hora na rua. Quero ver os bolsos, o que tem neles? Revistou os bolsos da calça de Gregório e encontrou apenas um celular. - Eu quero a nota fiscal, tem a nota dele? Pra surpresa do PM, Gregório retirou do compartimento da carteira a nota fiscal do aparelho. O policial conferiu e desconfiado falou: - É o seguinte, tem nota fiscal, mas vou levar, já era, quem manda ficar na rua essa hora. - Desculpe senhor, mas eu conheço os meus direitos... O funcionário da pátria tirou a arma da cintura e encostou-a no queixo de Gregório: - Você é educado assim, ou está com medo dessa beleza aqui? O jovem permaneceu inerte sem nada responder, o policial continuou: - Você pode conhecer o direito que quiser, mas nenhum vai te ajudar se eu despejar umas duas balas nessa cabeça de Paraíba. Pensa que só porque lê não corre perigo de morrer? A avenida em que estavam, permanecia vazia, nenhum carro a passar: - Faz o seguinte, fica com essa merda, não vale nada mesmo, vou perder tempo pra vender isso aqui. Pega e sai correndo, antes que eu mude de idéia e te mando pro inferno. Gregório levantou a bicicleta, montou, e antes de pedalar olhou para o policial. Como se os olhos de Gregório fosse uma máquina fotográfica, tirou uma foto. O policial ainda gritou: - Que foi, não quer ir embora não é? Deu um impulso em sua magrela e pedalou, pedalou até que chegou em casa. Depois de tomar banho e ter jogado qualquer coisa no estômago, sentou na frente do computador e começou a escrever algo que dois dias depois foi para a coluna do jornal de seu município. Com o prazer da escrita que já vinha tendo nos últimos anos e com a qualidade introduzida em seus textos conseguiu um espaço como colaborador de um jornal. Não perdeu a oportunidade. No dia em que sua coluna foi publicada, se sentiu vingado. A riqueza de detalhes com que descreveu uma cena em que um cidadão é abordado por um policial corrupto e sem escrúpulos, chamou a atenção de muitos. A redação do jornal foi bombardeada de e-mails e correspondências com as mais diversas opiniões dos leitores sobre o texto publicado. De manhã vários policiais em suas delegacias comentavam a coluna, visivelmente nervosos. Gregório teve acesso a alguns desses e-mails. Viu-se satisfeito com a repercussão, e mais uma vez se sentiu feliz por ter usado a escrita, ela fez mais estragos do que a arma do policial faria. Desse dia em diante ele largou a bicicleta e começou a pegar ônibus.

COMENTÁRIOS


Colaborações deste autor:
Para ver todas as contribuições deste autor, clique aqui.

institucional capão redondo política de privacidade newsletter colunistas contato