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Sábado - 23 de Novembro de 2024
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Estação esperança.

Por: João Henrique Valerio

Segunda-feira, 6:30hs da manhã, abro os olhos e me recordo de um sonho que tive durante a noite, ou melhor um pesadelo. O vento gelado entra pela fresta da janela, dando ênfase na sensação ruim criada pelos "sonhos" da longa noite. Lavo o rosto, tomo um pingado, que antes de sair minha parceira fiel (minha mãe) deixou em cima da pia da cozinha, pego minha mochila e vou sentido Metrô, dando início em mais um dia rotineiro de trabalho. No discman 2Pac pra passar mais rápido a cansativa viajem, amultuado entre outras centenas de pessoas vou ali no canto, parado, porém com a mente mais rápida que o próprio Metrô. Observo a fisionomia das pessoas ao meu redor, um mundo diferente em cada expressão, em cada olhar. Vejo um homem que aparenta uns 50 anos de idade se esforçando para se segurar no teto do trem, com uma expressão sofrida no rosto aparenta estar indo para o trabalho, estava de terno e gravata. Pensei em mim, me vi daqui uns anos, próximo a idade desse homem, a angústia veio em minha mente, não consegui me ver naquela suposta idade fazendo a mesma coisa que já faço há 9 anos (desde os 14 anos de idade), mas pensei:"E se a necessidade me levar a essa rotina interminável? E se eu me tornar um escravo do dinheiro?" Não não, trabalho pelo meu estudo, pelos meus sonhos e não para ser mais um tentando provar pra sociedade que sou um "vencedor", obtendo o carro do ano ou a roupa da moda. O alívio volta para minha mente, tenho certeza dos meus ideais e valores, isso me ajuda a sobreviver nesse mundo irreal, onde valores são confundidos com a futilidade e a hipocrisia, se tornando uma grande mentira. 
Penso no amor, na compaixão de uns pelos outros, tenho Fé mas não certeza. Vejo a falta de respeito entre as pessoas no próprio cenário onde estou, o Metrô, senhoras de idade sendo empurradas, discussões e ofensas constantes. Dói o meu peito, dói a minha alma, intensifica a minha Fé em Deus, creio que a Fé é a única forma de acreditarmos que um dia as coisas serão diferentes. Prossigo a minha viajem, aumento o volume do discman e ao ritmo das batidas envolventes da música "Nigga" (2Pac),  desembarco no meu destino e vejo mais esse dia de muito frio como uma oportunidade a mais para mim e para todos. Espero que aproveitemos, tenho Fé.

 


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