A indignação tem sido o ar respirado pela massa, pelo coletivo. Revolta.
Tem sido árdua a rotina de tentar engolir “explicações” circenses dos queridos depoentes e parlamentares nos mega-eventos que têm sido as sessões de interrogatórios das CPIs. Cada um no seu cada um (desculpem o jargão necessário). A explanação, feita por deputados, senadores e afins acerca de assuntos “esmiuçados”, tem se confundido com discursos políticos insólitos e vazios.
Cerca de 40% do Congresso Nacional está envolvido nos escândalos que se sucedem. O restante ficou encarregado de apurar, analisar e julgar as informações obtidas e, quando comprovada a existência de ligação com este ou aquele crime, sentenciar de forma exemplar a quem é de direito. Ótimo? Talvez.
Vejamos: ainda não foi comprovada a origem de todo o combustível que percorreu os “valeriodutos”, e que se embrenhou à máquina estatal corroendo-a e provando que a “força da grana constrói e destrói coisas belas”. Sua nascente e foz. Sucessivamente estouram aqui e acolá indícios de mais envolvidos com aquilo que já é parte de um, na minha opinião, triste momento histórico. Admitir que os interrogatórios e até mesmo julgamentos sejam feitos por aqueles que são pares dentro da estrutura governamental é, no mínimo, uma questão discutível. É legitimar o possível acobertamento de determinadas ou específicas áreas que poderiam ser minuciosamente investigadas. Obviamente, com tempo suficiente.
O que se põe em questão, aqui, é exatamente a integralidade de cada membro eleito através do pleito popular que o concedeu representatividade democrática.
Deixo, então, a cargo da consciência de cada individuo a possibilidade de se questionar o que parece irrevogável e que foi incrustado por fanfarrões de outrora no corpo do gigante Brasil.
Deixemos de lado o contentamento descontente.
Flávio Rodrigues
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