O menino respondeu à pergunta da professora:
- Quando eu crescer, quero ser empresário.
- Empresário? Que bom - disse a professora.
- É... quando eu tiver mais ou menos uns 21 anos, vou ser muito respeitado, por causa do meu trabalho. A senhora vai ver - repondeu o garoto com um brilho incomum nos olhos.
O tempo passou, a professora foi transferida de escola e perdeu o contato com o menino e com as pessoas do bairro. Após vários anos, já aposentada, passeando em um shopping, a professora encontrou com aquele aluno, agora um rapaz de 23 anos. Admirada com o seu jeito de vestir, todo cheio de roupas de marcas, uma namorada bonita e um filho de 4 anos, o parabenizou.
- Que bom, pelo visto você conseguiu realizar seu sonho de se tornar um empresário de sucesso - disse ao rapaz.
- Sim, professora, eu não falei pra senhora? E eu sou assim mesmo, quando eu quero uma coisa eu corro atrás. Posso pecar por excesso de tentativas, não por omissão. Hoje sou um cara bem sucedido, minha empresa dá emprego a muitos moleques do meu bairro. Sou o execultivo que aprimorou o programa "Primeiro Emprego" do governo.
A velha senhora ficou feliz em saber, que mesmo morando em um bairro pobre e perigoso, o antigo aluno tinha conseguido vencer na vida. Ela se despediu do casal e, de tão feliz que havia ficado com a notícia, nem quis entrar em detalhes a respeito da empresa do rapaz.
O rapaz viu a antiga professora se despedir, e com um sorriso no rosto, se vangloriou por ter cumprido a sua palavra, dada ainda quando era criança.
Realmente ele cumpriu a promessa. Hoje, ele é um "empresário" de sucesso. Todos o respeitam pelo status que ganhou devido seu desempenho como patrão. As mães, quando vêem ele passar, agradecem o emprego dado oas seus filhos.
Aquele pequeno menino, cresceu, e se tornou um traficante respeitado na região que o produto é distribuido. Respeitadíssimo. Os viciados o respeitam, e a polícia também.
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