artigos acontece nossa arte humor dialeto o comédia & o truta histórias para refletir
Quinta - 21 de Novembro de 2024
COLUNISTAS 
@ SANDRA LOURENÇO
@RR RODRIGUES
Ademiro Alves (Sacolinha)
Alberto Lopes Mendes Rollo
Alessandro da Silva Freitas
Alessandro Thiago da Silva Luz
Alexandre M. O. Valentim
Ana Carolina Marques
Antony Chrystian dos Santos
Carla Leite
César Vieira
Cíntia Gomes de Almeida
Claudia Tavares
EDSON TALARICO
Eduardo Souza
Elias Lubaque
FAEL MIRO
Fernando Alex
Fernando Carvalho
Fernando Chaves dos Santos
Flávio Rodrigues
Gisele Alexandre
Henrique Montserrat Fernandez
Ivan de Carvalho Junqueira
Jack Arruda Bezerra
Jean Jacques dos Santos
João Batista Soares de Carvalho
João Henrique Valerio
JOEL BATISTA
Jonas de Oliveira
Jose de sousa
Júnior Barreto
Karina dos santos
Karina dos Santos
Leandro Carvalho
Leandro Ricardo de Vasconcelos
Leonardo Lopes
Luiz Antonio Ignacio
Marcelo Albert de Souza
Marco Garcia
Marcos Lopes
Maria de Moraes Barros
massilon cruz santos
Natália Oliveira
Nathalia Moura da Silva (POIA)
NAZARIO CARLOS DE SOUZA
NEY WILSON FERNANDES SANTANNA
Rafael Andrade
Rafael Valério ( R.m.a Shock )
Regina Alves Ribeiro
Rhudson F. Santos
Ricardo Alexandre Ferreira
Rodrigo Silva
Silvio Gomes Batisa
Sônia Carvalho
Teatro nos Parques
Thiago Ferreira Bueno
Tiago Aparecido da Silva
washington
Wesley Souza
Weslley da Silva Gabanella
Wilson Inacio

APOIADORES 


Todo o conteúdo do portal www.capao.com.br é alimentado por moradores e internautas. As opiniões expressas são de inteira responsabilidade dos autores.


Os riscos do porre!!!

Por: washington

Os riscos do porre

Cresce o número de pessoas que bebem muito de uma só vez.
Especialistas advertem que esse comportamento é mais preocupante que o alcoolismo

Por anos, a preocupação da sociedade em relação ao álcool se concentrou na dependência química. O consumo excessivo da bebida, no entanto, não segue apenas esse padrão. Mesmo quem não é dependente pode assumir comportamentos de risco. Uma dessas condutas, cada vez mais comum em todo o mundo, é o binge drinking, consumo compulsivo de álcool em uma única ocasião.

A expressão ainda não tem paralelo em português, mas pode ser entendida como "encher a cara". É comum ver jovens de porre na saída de festas e baladas. A novidade é o número cada vez mais expressivo de adultos na mesma situação. A pesquisa mais abrangente sobre o assunto, realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) em 2001, já dava sinais dessa tendência. O trabalho demonstrou que na faixa etária entre 18 e 24 anos 6% dos jovens do sexo masculino e 1% do feminino bebem, no mínimo, três vezes por semana. A partir dos 25 anos, a média sobe para 12% entre eles e 2% entre elas.

Mais preocupante ainda é o dado sobre o uso de álcool em quantidade maior do que se pretendia. Nos adultos, esse porcentual é de 16% entre os homens e 7% entre as mulheres. Nos Estados Unidos, o hábito de consumo rápido e exagerado da bebida alcoólica cresceu 35% entre 1995 e 2001. No Reino Unido, esse comportamento representa 40% de todas as ocasiões que os homens bebem; 22% das mulheres. "Morre muito mais gente por beber demais de uma vez só do que por doenças crônicas ligadas ao álcool", alerta a psicóloga Florence Kerr-Corrêa, da Unesp.

Essa forma de beber, apesar de começar a ser notada por especialistas de dez anos para cá, não é nova. Era comum na Rússia do século XIV e nas cidades que passaram pela Revolução Industrial, no século XVIII. A diferença é que, naquelas sociedades, o mais grave que poderia acontecer com o beberrão era uma queda ou uma briga de rua. Nas atuais cidades, densamente povoadas, os riscos de acidentes são incomparavelmente maiores. Estima-se que 30 mil pessoas morram por ano no Brasil em decorrência de desastres automobilísticos provocados por motoristas embriagados. No mesmo levantamento do Cebrid, 11% dos homens e 4% das mulheres declaram ter problemas pessoais e/ou profissionais pelo uso do álcool. Ainda maior é o número dos que relatam ter passado por situações de risco físico sob o efeito da bebida: 15% dos homens e 4% das mulheres.

O consumo exagerado de álcool vem sendo encarado como um problema sério nas empresas. Não causa espanto o constante uso do álcool entre executivos. A carga de stress que afeta o mundo corporativo é enorme. A tensão se manifesta durante todo o dia, e nada mais natural do que a procura por um relaxante ao final do trabalho. Como o álcool é um eficaz tranqüilizante, um chopinho à tarde é a escolha de 50% dos homens e 25% das mulheres de negócios para fugir do cansaço. A conclusão é de uma pesquisa realizada pelo médico Gilberto Ururahy, com 25 mil executivos que se submeteram a checkups em suas clínicas, de 1990 a 2004. "Quando o stress é crônico, o organismo produz muita adrenalina", explica Ururahy. "A busca pelo equilíbrio interno faz com que happy hours depois do expediente sejam comuns", esclarece.

O exagero na bebida tem um enorme potencial para prejudicar a performance profissional. "O executivo perde a capacidade de discernimento e o poder de tomar decisões rápidas", comenta o headhunter Simon Franco. Mas não é apenas dentro do escritório que o álcool atrapalha. Mesmo que o consumo aconteça em ocasiões que não atrapalhem diretamente o trabalho, o funcionário está sujeito a retaliações. "Não importa que a pessoa fique jogada no balcão de um bar só no fim de semana. O funcionário é, em qualquer ocasião, o cartão de visitas das empresas", explica Franco. Por isso, a avaliação é constante, ainda que "não-oficial". "As pessoas acham que esse comportamento passa despercebido, mas não passa", diz.

O jovem brasileiro também vem cultivando o hábito de se embriagar. Especialistas apontam várias razões para o fenômeno cada vez mais observado no dia-a-dia dos consultórios. "Muitas pessoas associam o grau de masculinidade com as doses de álcool que o jovem consegue tomar", diz o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, coordenador do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa). "É muito freqüente entre os rapazes a tendência de beber porque acreditam ser uma prova de que são homens de verdade." A bebida também é considerada uma forma de inserção social entre os mais novos. "Não dá para negar que o álcool cumpre uma função social importante em vários momentos", diz o neurologista Ademir Baptista, professor da Unifesp. "Na ocasião da entrada na faculdade, por exemplo, a desinibição provocada pela bebida ajuda os calouros a não se sentir deslocados." Uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu quantificou o abuso de álcool nos estudantes da Unesp. De 3.600 calouros matriculados em 2002, 25% declararam beber muito de uma só vez. Nessas ocasiões, a vontade de ficar bêbado supera o bom senso.

 

 

 


 

COMENTÁRIOS


Colaborações deste autor:
Para ver todas as contribuições deste autor, clique aqui.

institucional capão redondo política de privacidade newsletter colunistas contato