KING KONG- APROVO
Por: Fernando Alex
Uma entrevista com o diretor da trilogia O SENHOR DOS ANEIS, QUE NOS traz confiança: ele é competente, inteligente e traz para os cinemas criaturas "reais", que na verdade, não passam de efeitos.
Peguei a entrevista abaixo no site da revista época.
ÉPOCA - King Kong o fez decidir ser cineasta?
Peter Jackson - Sim. Estou realizando meu sonho de criança. Vi o filme de 1933 na TV, quando tinha 8 anos. Aquilo me impressionou. Mobilizei a família, ganhei uma câmera e tentei fazer minha primeira versão na garagem de casa. Desenhei em papelão o cenário de Nova York!
ÉPOCA - Você apresentou um projeto de remake aos estúdios da Universal?
Jackson - Sim, em 1996. Já estávamos produzindo O Senhor dos Anéis, e meu sonho continuava. Naquele tempo os executivos eram muito chatos, não queriam saber de King Kong.
O diretor duplicou a metragem do filme. O novo King Kong tem 3 horas |
ÉPOCA - Por que agora deu certo?
Jackson - Não vou mentir: só consegui fazer o filme por causa do sucesso de O Senhor dos Anéis. Agora posso fazer o que quiser.
ÉPOCA - Você optou pelo fantástico? Acha que seus filmes privilegiam a fantasia sobre o real?
Jackson - Espero que os espectadores deixem a descrença de lado e se entreguem à aventura. Como King Kong é um mito eterno, as platéias sempre se interessarão por ele.
ÉPOCA - Mas o filme tem uma mensagem ecológica, denuncia a destruição da natureza.
Jackson - Não foi proposital. O mundo atual é péssimo, com guerras injustas, e fico triste com a destruição da natureza. Mas isso passa longe de King Kong. Quero reviver a magia do original com os recursos técnicos atuais e fazer jus ao slogan para o filme de 1933, que repetimos: A oitava maravilha do mundo.
Meu filme revive, em hi-tech, a magia da versão original. Em 1933, King Kong tinha o slogan de ser A oitava maravilha do mundo |
ÉPOCA - Não teme ser acusado de escapista?
Jackson - Sou escapista mesmo, com orgulho. Temos compulsão de ver um filme divertido para esquecer as agruras do mundo. Antes as pessoas encontravam isso em Mozart e Beethoven, mas hoje a diversão é o cinema. Quem não quer esquecer deste mundo horroroso?
ÉPOCA - Você poderia analisar a evolução de sua carreira?
Jackson - Não acho que tenha evoluído como cineasta. Minhas obsessões são atemporais, e King Kong é um projeto de 35 anos. Filmo o que me apaixona. Foi assim com O Senhor dos Anéis. Sou um eterno menino sonhando em filmar.
ÉPOCA - O que acha da versão de 1976?
Jackson - Detesto. Quis evitar aquele clima erótico. Jessica Lange e o macaco se atraem sexualmente e há cenas de gosto duvidoso.
ÉPOCA - Qual é a contribuição de seu remake ao original de 1933?
Jackson - Busquei um relacionamento mais profundo. Não é um filme de amor, mas um filme sobre o amor. King Kong é perigoso. Mas, nesse clima de perigo, Ann termina por dominá-lo. A tragédia se dá quando Kong se apaixona pela mulher civilizada. É o começo de seu fim.
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