No Brasil, especificamente em São Paulo, o RAP e o Hip-Hop se desenvolveram em meados dos anos 1980 através de encontros de jovens de periferia nas Praças da Sé e Roosevelt, no Vale do Anhangabaú, nas ruas Dom José de Barros, 24 de Maio e na Estação São Bento do Metrô.
Muitos jovens moradores de periferias de São Paulo, nos finais de semana, assistiam e participavam dos encontros liderados pelo breaker Nelson do Triunfo.
O RAP, quando chegou ao Brasil, foi chamado de funk falado. Jovens que acompanhavam as apresentações dos breakers começaram a improvisar e a compor rimas para serem cantadas por cima das músicas que eram tocadas.
Assim, apareceram os primeiros “tagarelas”, como eram chamados os rappers. O funk falado, os movimentos do break e as músicas foram espalhados pelas periferias paulistanas através dos bailes que aconteciam nas ruas, nas escolas e nos clubes dos bairros que já veiculavam black music há algumas décadas.
No fim da década de 1980, alguns grupos de RAP já estavam formados e apresentavam seus talentos em concursos promovidos pelas grandes equipes organizadoras de bailes blacks na cidade de São Paulo – Chic Show, Black Mad, Zimbabwe, dentre outras. Milton Sales, disque jóquei, reuniu os vários grupos de RAP e passou a promover concursos e apresentações. Ele também criou o MH2O (Movimento Hip-Hop Organizado) para facilitar a difusão do RAP na periferia e produziu, em estúdios de gravação alugados, os primeiros discos desse gênero musical, que traziam coletâneas contendo as rimas dos rappers. Foi numa dessas coletâneas que surgiu o grupo Racionais MC’s. Para difundir o RAP na cidade, Milton Sales recebeu o apoio da Prefeitura de São Paulo, que na época estava sob a direção de Luiza Erundina.
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