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Racionais MC`s

Por: João Batista Soares de Carvalho

Racionais MC’s é um grupo formado por quatro jovens - Ice Blue, Edi Rock, DJ Kl Jay e Mano Brown - que iam à Estação São Bento do Metrô para apresentar seus talentos. Mano Brown é Pedro Paulo Soares Pereira, mora na Cohab Adventista na Zona Sul com sua mãe, Ana Soares Pereira, sua esposa, Eliane, e seu filho, Kairê Jorge. Foi um dos vocalistas e compôs a maioria das letras do grupo Racionais MC’s. Edy Rock é Edvaldo Pereira Alves, morador do Jardim Hebrom, na Zona Norte, foi o segundo compositor do grupo e também dividiu os vocais com Mano Brown. Ice Blue é Paulo Eduardo Salvador, morador da Zona Sul, integrou o grupo por intermédio de Mano Brown. Seu nome artístico foi inspirado na música "Nego Blue", de Jorge Benjor. Foi militante disciplinado do Hip-Hop (organizando eventos de RAP, produzindo outros grupos e rappers, além de batalhar pelas causas sociais. Kl Jay é Kleber Geraldo Lelis Simões, da Zona Norte, foi o DJ do grupo, considerado um dos melhores disque jóqueis do Brasil. Apresentou o programa Yo!, da MTV, especializado em música RAP.

Mano Brown e Ice Blue formavam uma dupla, e KL Jay e Edi Rock outra. Foram reunidos pelo produtor Milton Sales e, em 1989, iniciaram a carreira profissional, com duas músicas numa coletânea - “Tempos difíceis” e “Pânico na Zona Sul”, Disco Consciência Black, Vol. I, Gravadora Zâmbia, 1989 - com outros rappers. Desde então, procuraram, em suas canções, narrar as agruras de pobres e negros. Em depoimento dado ao Programa Ensaio da TV Cultura em 28 de janeiro de 2003, o quarteto descreveu como aconteceu esse encontro e a satisfação que sentiram por terem formado os Racionais. Mano Brown explicou que a inspiração para o nome do grupo veio do disco do Tim Maia – Racional.

Denunciaram, com seus RAP`s, o racismo, a violência policial e a gerada pelo capitalismo (fome, miséria, desemprego, etc). Consagraram-se como fenômenos do RAP por venderem milhares de discos e CD’s de forma alternativa, sem aparecerem na grande mídia.

Incontestavelmente, os Racionais MC’s foram os grandes responsáveis pela difusão do RAP no Brasil. Em 1990, o grupo lançou seu primeiro disco – “Holocausto Urbano” – e trabalhou na divulgação de suas músicas em todo o Estado de São Paulo, fazendo, até mesmo, aberturas de shows internacionais e apresentações na FEBEM.

Em 1992, foi contratado pelas Secretarias da Educação e da Cultura do Município de São Paulo para proferir palestras e divulgar suas letras em escolas públicas das periferias da cidade.

Os Racionais MC’s abordaram, entremeadas pelas músicas, questões que afetavam a vida de grande parcela dos jovens socializados na periferia, tais como: racismo, violência policial, miséria, tráfico de drogas e muitos outros temas.

Seus quatro integrantes ampliaram o debate sobre o orgulho étnico e contra o preconceito racial a partir do lançamento do disco “Escolha Seu Caminho”, passando a se engajar mais efetivamente em projetos sociais voltados para os jovens afro-brasileiros pobres.

Dois grandes sucessos musicais foram lançados, em 1993, no terceiro disco do grupo (“Raio X do Brasil”): “Fim de Semana no Parque” e “Homem na Estrada”. Essas duas canções foram bastante tocadas nas rádios especializadas em RAP e black music.

O sucesso das canções dos Racionais MC’s, que haviam vendido cerca de trezentas mil cópias de discos, já era estrondoso. No entanto, eles transformaram-se em fenômeno da música brasileira ao lançarem, em 1997, depois de uma longa pesquisa, o CD “Sobrevivendo no Inferno”. Nesse ano, o grupo já tinha montado sua própria gravadora e resolveu filmar um clipe que foi veiculado na MTV, alavancando as vendas a cerca de um milhão de cópias.

Com as músicas deste CD, os Racionais ganharam inúmeros prêmios, aumentaram enormemente o número de apresentações e o valor dos cachês, além de conquistarem, de forma inédita, simpatizantes de outras classes sociais.

Com o trabalho que culminou no CD “Sobrevivendo no Inferno”, os Racionais MC’s recrudesceram o discurso crítico nas letras e a força das batidas nas músicas, a fim de aprofundar ainda mais a dissecação que promoveram do viver nas periferias e nos cárceres. Em 2001, já consagrados, lançaram um álbum duplo – “Nada Como Um Dia Após o Outro Dia” – que foi divulgado em todo Brasil e em várias cidades de outros países.

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