artigos acontece nossa arte humor dialeto o comédia & o truta histórias para refletir
Sábado - 20 de Abril de 2024
COLUNISTAS 
@ SANDRA LOURENÇO
@RR RODRIGUES
Ademiro Alves (Sacolinha)
Alberto Lopes Mendes Rollo
Alessandro da Silva Freitas
Alessandro Thiago da Silva Luz
Alexandre M. O. Valentim
Ana Carolina Marques
Antony Chrystian dos Santos
Carla Leite
César Vieira
Cíntia Gomes de Almeida
Claudia Tavares
EDSON TALARICO
Eduardo Souza
Elias Lubaque
FAEL MIRO
Fernando Alex
Fernando Carvalho
Fernando Chaves dos Santos
Flávio Rodrigues
Gisele Alexandre
Henrique Montserrat Fernandez
Ivan de Carvalho Junqueira
Jack Arruda Bezerra
Jean Jacques dos Santos
João Batista Soares de Carvalho
João Henrique Valerio
JOEL BATISTA
Jonas de Oliveira
Jose de sousa
Júnior Barreto
Karina dos santos
Karina dos Santos
Leandro Carvalho
Leandro Ricardo de Vasconcelos
Leonardo Lopes
Luiz Antonio Ignacio
Marcelo Albert de Souza
Marco Garcia
Marcos Lopes
Maria de Moraes Barros
massilon cruz santos
Natália Oliveira
Nathalia Moura da Silva (POIA)
NAZARIO CARLOS DE SOUZA
NEY WILSON FERNANDES SANTANNA
Rafael Andrade
Rafael Valério ( R.m.a Shock )
Regina Alves Ribeiro
Rhudson F. Santos
Ricardo Alexandre Ferreira
Rodrigo Silva
Silvio Gomes Batisa
Sônia Carvalho
Teatro nos Parques
Thiago Ferreira Bueno
Tiago Aparecido da Silva
washington
Wesley Souza
Weslley da Silva Gabanella
Wilson Inacio

APOIADORES 


Todo o conteúdo do portal www.capao.com.br é alimentado por moradores e internautas. As opiniões expressas são de inteira responsabilidade dos autores.


A Marmitinha

Por: EDSON TALARICO

A Marmitinha

 

O Luisinho dava 1 duro danado na olaria. Acordava lá pelas 4 da manhã. As vezes com 1 frio cortante. Tomava 1 café. Comia lá alguma coisa. Geralmente ovo mexido com farinha, Pão era raro por aquelas bandas, se tinha era sovado ou amanhecido, e lá ia ele pro terreiro.

Os terreiros ficavam em frente à Pipa, local onde se trabalha o barro.

Eram, se bem me lembro, 4 terreiros. Cada 1 deles tinha 1 banca onde trabalhavam 2 pessoas. 1 era o batedor, ou seja, aquele que faz o tijolo, batendo o barro na forma e cortando o excesso com o “Arco”, desenforma na paleta e, o 2º homem com outra paleta faz 1 sanduiche do tijolo e o leva para emparedar.

Nesse paredão o tijolo ficará secando ao sol até que esteja pronto prá ir pro forno.

O trabalho do Luis não se limitava a isso não.

Além de emparedar ele tinha que cobrir o paredão com telhas para que a chuva não prejudicasse a qualidade dos tijolos.

Tinha que peneirar a areia que seria usada no dia seguinte, pois, para bater é necessário “untar” a forma com areia.

Às 11:30 hs. O Luis parava com o serviço. Era apenas o tempo de jogar água no rosto e nas pernas, pegar os cadernos e 1 marmitinha que sua mãe, Dona Rosa, preparava de arroz com feijão e 1 ovo frito ou 1 pedaço de lingüiça ajeitados numa latinha de “Manteiga Aviação”, e se mandava correndo para a escola (São Vicente) distante uns 7 kms, cortando caminho por dentro do mato.

A sala de aula era numa casa que ficava na esquina da Rua Luis da Fonseca Galvão com a Estrada. O portão ficava no lado oposto ao portão da Igreja.

Era a casa da Dona Maria Cizina, Professora do 1º ano, mãe do Prof. Napoleão, gente ruim que nem ‘chá de losna’.

As carteiras duplas tinham 1 local para a guarda do material sob o tampo, e ali o Luis colocava os cadernos e a marmitinha, a qual ele guardava para a hora do recreio.

O Negócio cheirava bem. Imaginem o arroz e o feijão feitos no fogão de lenha com banha de porco derretida. Cheirava muito e, muito bem.

O Marcilio, companheiro do Luis na carteira, não agüentava mais aquela tortura.

Até que 1 dia ele deu 1 jeito de puxar a latinha pro seu lado da carteira. Disfarçou, pediu licença prá Professora 5 minutos antes do recreio e se mandou com a “cobiçada”.

Fora da sala, desembrulhou o guardanapo (pano de prato – feito com 1 saco de estopa alvejado) que continha 1 colher, e mandou ver. Em 3 bocados engoliu o almoço do nosso pobre rapaz.

Ao final jogou tudo no mato e esperou calmamente o pessoal sair para o recreio e se misturou aos demais.

O Luis, por sua vez, ficou procurando na sala de aula a marmitinha, e nada...

Quando se deu conta do que tinha acontecido saiu da sala bufando. Pegou o Marcílio e deu lhe uns tabefes no pateo mesmo.

Resumo: Acabaram na Diretoria. Os 2 de castigo. Reguadas na mão. Cara na parede. Uma injustiça com o Luisinho.

Para alívio dele, começou a almoçar antes de ir prá escola. Nunca mais sentaram juntos.
COMENTÁRIOS


Colaborações deste autor:
Para ver todas as contribuições deste autor, clique aqui.

institucional capão redondo política de privacidade newsletter colunistas contato