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Quinta - 21 de Novembro de 2024
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CAIPIRICES II - O RAYBAN

Por: EDSON TALARICO

CAIPIRICES II – MEU RAYBAN

 

 

O Abílio era gente fina. Boa gente mesmo, um coração de ouro.Um ruivão de quase 1,90 m de altura. Branco, chegava a ser sardento. Meio vermelho. Achavam que ele era apaixonado por alguém do olaria, mas isto ninguém nunca pode ter certeza.

Ajudante de caminhão dos bons. Durante a semana carregava e descarregava o caminhão de tijolos. Ajudava a enfornar. Cuidava do Forno. Ia buscar capim pros animais da olaria, enfim, era pau prá qualquer obra.

 

Nos finais de semana o Abílio se transformava. Se emperequetava todo.

Tomava um banho de umas 2 horas e se perfumava com loção Brilhante.

Passava Glostora no cabelo que, louro ondulado, ficava reluzente, nenhum fio fora do lugar.

Metia-se num terno de fino corte, comprado na Clipper (Exposição). Sapato engraxadissimo de bico fino, e saia. Não se sabia para onde, porem, as suposições eram muitas:

“- Foi ao cinema...” dizia um

“- Foi pra Boca do Lixo (Rua Aurora, Rua dos Andradas, 69, Treme-Treme, etc...”

“- Foi na missa...” diziam as carolas

“- Mas a essa hora ? “ perguntava outra...

Pode ser que em suas idas à cidade todas as opções acima tenham se tornado verdadeiras, porém uma vez, o próprio Abílio nos contou indignado:

 

“Resolvi pagar uma promessa na Aparecida do Norte...” começou.

O Abílio nos contou então a seguinte história:

Ao chegar na Rodoviária que naquele tempo era em frente à Estação Julio Prestes (Sorocabana)  ele se encantou por um Rayban, que era a mais nova onda no momento. Todo artista usava um rayban igual àquele. Lentes escuras, espelhadas. Uma beleza.

Vaidoso como era nosso amigo não pensou 2 vezes, comprou e meteu no rosto.

 

Todo charmoso, comprou a passagem no guichê da Pássaro Marron ou Expresso Brasileiro, e lá se foi pro embarque.

Ajeitou-se em uma poltrona na janela nos fundos do ônibus. É lógico que a janela ficaria aberta, pois, caso contrário ele não seria visto por nenhuma garota.

Na poltrona imediatamente à sua frente se aboletou uma velha de uns 70 anos.

O ônibus começou a rodar. Entrava rua, virava prá lá, virava prá cá, buscando sair da cidade para pegar a Via Dutra e se encaminhar finalmente ao seu destino, Aparecida do Norte.

A velha de quando em quando pigarreava.

Quando finalmente pegou a estrada o ônibus começou a andar mais rápido e, conseqüentemente, lufadas de vento passaram a acariciar seu rosto. Era uma sensação boa. Refrescante...

A velha pigarreava...

De repente a velha pigarreou mais forte... deu uma puxada que foi buscar alguma coisa dentro do útero e soltou janela afora...

O corpo líquido saiu do ônibus, porém, o vento era muito forte e o trouxe de volta, a esta altura o ônibus havia se deslocado... a coisa tentou voltar mas a janela era outra...

Ele entrou pela janela do Abílio e por azar (ou sorte) estava de rayban e... plashh

A meleca ficou ali, dançando, embaçando sua visão...

Os óculos voaram pela janela... O Abílio se levantou praguejando. Pediu pro motorista parar na primeira cidade e por lá ficou. Até se acalmar, comprar uma passagem de volta e nunca mais usar rayban na vida...

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